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A mostrar mensagens de junho, 2020

Pedaço

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De repente, silêncio... mas em segundos o vazio da noite é inundado por um grito. Um grito que se depara pela crueldade do fim e a fragilidade que somos.  Somos infémeros, o que nos é dado poderá ser retirado sem aviso prévio, sem uma nota de despedida ou um abraço mais sentido... fim!  Não recuso o aceitar, mas recuso a que me forçem a uma despedida assim! Separados por um pedaço de madeira, pelo cheiro forte de flores a abarrotar ao nosso lado... Tu estás ao pé de nós, sinto-te aqui e não ali no meio daquilo.  Despedi-me ao ler-te o livro mais antigo do mundo, pronunciando o teu nome ... levantei os meus olhos por entre as pessoas, porque sei que estavas algures a ouvir-me.  Pude não saber que seria uma despedida nossa, mas transformei-a numa à nossa medida. Naquele dia, pela manhã, ouvia o teu ressonar e sorri porque fazia lembrar-me o meu pai ou até mesmo a minha avó, por isso tentei fazer o minímo de barulho para não te acordar. Ao chegar a casa estacionei duas vezes o carro para