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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Duyên

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De oito a oitenta... tu levas-me a extremos!  Descontrolas-me, mas depois só tu tens a capacidade de me manter sã!  Encontraste-me ainda magoada, mas isso não impediu que te desse um pouco de casa no meu coração. Todos os monstros estavam lá e eu levei-te, mesmo querendo afastar-te. Tu deste-me a certeza de que tudo, aos poucos, passa. E não foi a tua teimosia pelo qual te deixei entrar, enganas-te! Deixei-te entrar porque mostras-te que a bondade reina e que eu merecia o melhor! O medo sempre foi mais grandioso e aos poucos tomou conta de mim e eu vi-te, não como um porto seguro, mas como uma miragem.  Afastei-te de novo!  Preferia ficar com os medos todos, com as inseguranças para mim e deixar-te no teu mundo, porque era lá que pertencias...  O meu coração sempre se sentiu só... tentei disfarçar! Queria eliminar o teu rasto, por todas as mais óbvias razões... Usar um antídoto contra a tua ausência que deixas-te em mim  Apagar a memória como se apaga um

Rodeada por gigantes semelhantes

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Fecho os olhos e penso, ingenuamente, que esta é a melhor fase da minha vida... Sorrio! A sociedade mostra-me que é possível ser feliz, com o que me esgota... Mas depois sou forçada a esgotar tão facilmente uma conversa. Exigem-me que aprecie, ironicamente, o nada quando incutiram o nada dentro de mim... por isso, nada sinto!  Deixaram-me o vazio e querem que ele se preencha com a imponente facilidade de deixar-me levar com tanta insignificância...  Esforço-me para ver por detrás desta neblina toda, só que... Vejo outros tipos de esforços, vejo esforços mostrados por uma série de contrastes enganosos, luminosidade em demasia e uma saturação de felicidade exagerada... Perco-me com a repetição de mesmísimas  poses estudadas afinco para que partes do corpo sejam apreciadas... e querem saber? Ninguém quer saber de merda nenhuma!! Se estás feliz, se estás triste, se sorris com alma... NADA disso IMPORTA! Até porque o que foi esforçado a expor não és tu, são atributos estereot

Amigos...

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A pedra está molhada, sinto a água a escorrer pelos meus dedos … passo depressa as mãos na ganga das calças para as secar. Tu, estás aqui! Vejo uma imensidão de ramos de flores, e ali estão as rosas encarnadas, as tais que gostavas. Não consigo sentir a tua pele quente onde o sangue passava tão pulsante e enérgico. Agora és definida pelo silêncio e um monte de perfumes de flores. Não, tu não estás ali! Foste tão rápido e sem aviso! Podias dizer-me “Eu vou agora! Seguras-me a mão e tiras-me da solidão ou ficas sem querer ver-me?” Tu podias dar-me essa opção e partilhares a verdade comigo. Mas tu foste! Subo pela pedra e desvio as flores - sabes não trouxe nenhuma para ti! – por detrás do molho de orquídeas roxas eu consigo ver o teu rosto numa fotografia em tons sépia.   “Aqui jaz, Juliana Vaz, querida e amada filha. Eterna saudade da família e amigos.” Amigos! – ressoou-me na cabeça -  eu deixei-te aqui, debaixo da terra, sem nada! Eu deveria oferecer-te casa, mesmo