Laços de seda

Não sabia como seria o teu cheiro ou até mesmo a curva do teu sorriso com ou sem covinhas. Queria que me visses a sorrir neste momento... será que sentes as lágrimas a quebrar o trajeto nos meus lábios? São tantas as perguntas e tu ainda tão pequenino a ouvir os meus anseios, sonhos e desejos. Apaziguo-te com a minha mão fria e trémula no alto mais pontudo que consigo ver na minha barriga... e estremeces! São esses movimentos que já sei de cor, toco duas vezes no lado em que estás e foges-me ou quando queres ser teimoso respondes-me com um toque ainda mais pesado. Rio-me porque tens o feitio teimoso do teu pai e a necessidade de te esconderes do mundo como a tua mãe. Sei que tornas-te irrequieto quando sentes o cheiro a comida que cozinho, sinto-te a rebolar aí dentro... por outro lado, as bolachas que molho no leite quente antes de dormir dão-te a serenidade total. À voz do teu pai os teus gestos tornam-se lentos e à minha voz eu desperto-te! Por isso, tudo o que falo e quero ...