m u n d o
Aqui neste lugar tudo parece mais calmo, o vento já não me incomoda como antes e nem tão pouco o silêncio que existe entre nós. Olho para frente com o cabelo a fustigar-me a cara, nem me mexo para o reorganizar, fecho os olhos e tento ouvir cada som à minha volta, cada um isolado.
A tua respiração é a mais subtil, mas a que rapidamente isolo e faço-a ecoar na minha cabeça vezes sem conta. Tento coordenar a minha respiração com a tua, mas agora respiras muito fundo... sinto-a a ecoar no meu ouvido... não aguento e rio-me.
Ainda de olhos fechados tento concentrar-me... ris-te e então perco-me, os meus olhos abrem-se e a tua mão já toca no meu rosto, deslizando até tocar no meu cabelo.
Vejo os teus olhos a fitar a tua mão que percorre a minha cara e as temperaturas colidem na tua pele tão quente e a minha fria e mesmo assim não pareces-te assustar. Os teus olhos seguem o meu rosto, desde a boca, subindo pelas minhas bochechas quando cruzas os meus olhos e tudo o que queremos dizer é ali exposto ao barulho de tudo à nossa volta e embrulhado no silêncio que emanamos.
Não te tomei pelo certo ou correto
Nem tão pouco pelo que ansiava ter
Os passos que traçei levaram-me a ti
Traçados e encruzilhados em tropeços
Traçados e encruzilhados e desta forma nos encontramos
real e
então
naveguei no que me mostras todos os dias o que é o
amor e assim
tudo se tornou no que estava destinado a ser
o mundo nos nossos braços e nós ali
Detalharia-te em em milhares de letras de músicas mais densas, em milhentas fotos poeirentas, em mil e uma forma de te expor no topo e esperar que só os outros te vissem assim.
À parte disso, somos de verdade muito à parte de tudo o que nos rodeia...
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